domingo, 19 de abril de 2015

Baía dos Porcos, 54 anos da vitória cubana



Cuba comemorará neste domingo (19) o aniversário 54 de sua vitória sobre uma força invasora integrada por 1.500 homens e equipada, treinada e financiada pelo governo dos Estados Unidos.

Os dias rememorados durante a comemoração passaram para a história do continente como a primeira grande derrota militar estadunidense na América e símbolo da decisão dos cubanos de escolher, por eles mesmos, seu destino.

Desde a vitória das forças guerrilheiras, lideradas por Fidel Castro, em 1 de janeiro de 1959, a administração norte-americana viu com extremo desgosto as medidas adotadas pelos líderes do nascente Estado revolucionário.

Entre as muitas leis adotadas para beneficiar a população da ilha, a mais significativa foi a da Reforma Agrária, que expropriou a terra de vários latifundiários nacionais e de consórcios norte-americanos.

Washington começou então a pressionar e agredir economicamente Cuba, com a anulação da quota de açúcar, a proibição de exportar peças de reposição, além de acabar com o fornecimento de petróleo.

Se não fosse suficiente, os governantes da União implantaram um rigoroso e férreo bloqueio econômico impedindo o comércio com Havana, ainda vigente.

Em março de 1960, o então presidente Dwight Eisenhower, ordenou que a Agência Central de Inteligência (CIA) financiasse, recrutasse e treinasse uma força de exilados cubanos para invadir a nação caribenha.

A tropa, que imitava as unidades de assalto anfíbio do exército estadunidense, recebeu o apelido de Brigada 2506, à qual se incorporaram modernos equipamentos como blindados, armas automáticas e cerca de trinta aviões.

Despois de várias análises, a CIA escolheu como território para a invasão uma faixa de praia na Ciénaga de Zapata, região localizada ao sul da província ocidental de Matanças, área pantanosa com população escassa e poucas vias de acesso.

O Pentágono e a CIA concordaram em chamar esta Operação de Pluto, seu objetivo era, depois de desembarcar, isolar a zona, estabelecer um ponto seguro de resistência e formar um "governo" que chamasse as tropas dos EUA para ajudar.

A invasão começou na madrugada de 17 de abril de 1961 por Playa Larga, no arco superior da Baía dos Porcos, e por Praia Girón, no flanco direito da enseada.

Os invasores chegaram de Puerto Cabezas, Nicarágua, em cinco barcos mercantis montados com artilharia e com os nomes Houston, Atlantic, Rio Escondido, Caribe e Lake Charles, além de contar com duas unidades de guerra LCI usadas pela marinha norte-americana.

Também dispuseram de três barcos LCU para transporte e desembarque de equipamentos pesados, e de outras quatro lanchas LCVP para carga e transporte de pessoal.

Depois de combates sangrentos que começaram no mesmo dia, as forças cubanas, dirigidas por Fidel Castro no próprio cenário dos acontecimentos, aniquilaram os invasores e libertaram Girón, último reduto inimigo, no dia 19 de abril, em menos de 72 horas.

A força atacante teve um total de 88 mortos e 1.197 prisioneiros, enquanto pela parte cubana caíram 155 combatentes com um número indeterminado de feridos.

Atual Ciénaga de Zapata

A Ciénaga de Zapata é uma região agreste, assento do maior e melhor conservado pântano do Carbe insular, conta com uma população de mais de nove mil pessoas distribuídas em 18 comunidades, por 4.520 quilômetros quadrados de extensão.

Estas características demográficas e geográficas convertem a região no maior município da maior das Antilhas e, por sua vez, no município com menor densidade populacional da ilha.

Com uma economia baseada nos ramos florestal, turismo, pesca e apicultura, o ambiente se transformou nos últimas 50 anos, com centenas de quilômetros de terraplenos, escolas e instalações de saúde.

Apesar de ser um território inóspito, dezenas de cenagueiros, como é chamada a população local, aprenderam computação em um Jovem Clube habilitado para o ensino dessas técnicas.

Suleydi Placencia, presidenta da Assembleia Municipal do Poder Popular (AMPP, prefeitura), comentou à Prensa Latina que começou seu trabalho como delegada de circunscrição, primeiro escalão de base da ordem governamental em Cuba.

Posteriormente, em 2005, foi eleita secretária da AMPP, em 2010 vice-presidenta do município e dois anos depois à máxima responsabilidade comunal dessa região, a cerca de 200 quilômetros sudeste de Havana.

Destacou que as autoridades executam um plano que inclui obras para melhorar as vias, a iluminação pública, reparação de escolas, moradias, círculos sociais e construção de estabelecimentos para venda de alimentos, entre outros edifícios.

"Todo o plano está concebido para oferecer maior qualidade de vida à população, que está consciente de que tudo feito aqui é obra da Revolução", destacou Placencia, Licenciada em Comunicação Social.

"O setor florestal tem desempenhado seu trabalho, não só de extração de madeira e exportação de carvão vegetal, mas também de conservação do meio mediante ações selvícolas", indicou.

Enfatizou que "é um orgulho muito grande celebrar no território a vitória de Praia Girón. O maior compromisso, com o povo e a Revolução, é que tudo seja bem feito".

Um museu localizado precisamente em Girón exibe em suas salas fotos, documentos, armas, munições e instrumentos de guerra em geral, além de vários objetos vinculados ao desembarque fracassado, uma página destacada na história de Cuba.


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