quinta-feira, 17 de abril de 2014

Cinco temas que não são notícia na grande mídia estadunidense


Estados Unidos - Russia Today - [Tradução do Diário Liberdade] Os meios de comunicação dos EUA preferem abordar os problemas econômicos, políticos e sociais de outros países, enquanto que as dificuldades relacionadas à realidade estadunidense nem sempre aparecem em suas manchetes.



O portal Alter.net fez uma lista de problemas que não aparecem nos principais veículos estadunidenses, que parecem se orientar mais aos interesses dos 5% de seus leitores mais privilegiados.

Oito milionários ganham mais do que 3,6 milhões de trabalhadores

Segundo o recente relatório "Out of Reach 2014", uma radiografia da situação social no país, um trabalhador estadunidense de tempo integral com salário mínimo pode alugar um apartamento com um dormitório. Enquanto isso, os lucros no mercado de apenas oito milionários como Bill Gates ou Warren Buffet superam a renda total de 3,6 milhões de trabalhadores que ganham um salário mínimo.

A evasão fiscal ameaça a educação estatal

Vários estudos independentes constatam que as empresas estadunidenses pagam cada vez menos impostos, necessários para o financiamento de programas estatais de educação e pensões. Estima-se que a porcentagem dos ganhos corporativos arrecadados como impostos de renda reduziu de 7% em 1980 para cerca de 3% nos dias de hoje.

Os EUA gastaram 34 bilhões de dólares desde que começou a recessão

Embora essa quantidade de dinheiro, equivalente a 100.000 dólares para cada cidadão estadunidense, tenha sido destinada para amenizar as consequências da crise econômica provocada pela explosão da bolha financeira em 2008, aproximadamente 93% da população dos EUA não se beneficiou desta redistribuição da riqueza e o patrimônio líquido médio dos lares estadunidenses apenas se recuperou durante os últimos cinco anos.

Empresas com sede nos EUA pagam mais impostos fora do país

Grandes multinacionais como Citigroup, Pfizer e Exxon aproveitam os benefícios fiscais dos EUA, reduzindo ao mesmo tempo o pagamento de impostos. Assim, em 2013, a Exxon tinha nos EUA cerca de 43% da gestão, 36% das vendas, 40% dos ativos e entre 70% e 90% de sua produção de poços de petróleo e de gás, enquanto que pagou de impostos nos EUA apenas cerca de 2% de seus lucros totais.

Salários baixos estagnados durante décadas

Um estudo demonstra que os salários de empregos de pouco prestígio como o de empregados de restaurantes não cresceu desde os anos 80 e com uma remuneração de apenas 2 dólares por hora. Tampouco esses trabalhos sofreram grandes mudanças na estrutura social e de gênero, já que 40% desses empregados são pessoas de cor, e cerca de dois terços são mulheres.


Fonte: Diário Liberdade

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mafalda, à beira dos 50



Nasceu para que seu criador, de olhar estrábico e delicado, suportasse aridez e banalidade da vida. Não se adapta. Meio século depois, tornou-se mais inspiradora que nunca.
Por Cibelih Hespanhol
O mundo, como se apresentava para as retinas de Joaquín Salvador Tejón, sempre esteve um pouco desfocado. Algo não estava certo naquelas aparências e formas – naquela maneira de se ajeitar do mundo – que espiava em seu olhar estrábico o argentino de Mendonza; a ponto de parecer inevitável àquele homem, de palavras secas e pensamento ateu, que com o passar do tempo e a permanência das coisas sua visão se tornasse, afinal, delicada demais para esta vida estranha.
Esta visão delicada, problema que não se resolvia, só teve uma cura, por fim: foi para o papel. Nos anos 60, Joaquín, o Quino, via nascer de seu ofício de desenhista uma filha que nunca planejara ter – Mafalda, a menina de fita vermelha, língua afiada e ideias anticonformistas, que neste ano de 2014 torna-se una niña de cinquenta anos.
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Nunca censurada, Mafalda passou ilesa pelo golpe militar que não podia imaginar “conteúdo subversivo” em uma HQ de personagens infantis. Mas de dentro de sua inocência, com seu vestidinho rodado, na companhia de Felipe ou de Liberdade, ela é a própria enfant terrible – capaz de soltar, sem pudor algum, as piores verdades, e as melhores perguntas, tão embaraçosas para o mundo dos adultos.
Em 1963, Mafalda nasceu pela primeira vez em um anúncio publicitário que, para o posterior deleite de muitos, nunca deu certo. Um ano depois, em 29/9/64, nasceria de novo, e dessa vez pra valer: “Como não tinha que elogiar as virtudes de nenhum aspirador, a fiz reclamar, carrancuda. Foi uma revanche imediata”. A pequena saiu das mãos de um argentino para conquistar todo o mundo. Para o pai, a explicação é fácil. “A temática é comum tanto na China, Finlândia ou América Latina”. Para todos nós, a leitura é deliciosa.
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“Mafalda pertence a um país denso, de contrastes sociais, que apesar de tudo queria integrá-la e fazê-la feliz, mas ela se nega e rejeita todas as ofertas”. Herdeira do problema de visão do pai (que é altamente transmissível, e contamina-se pela leitura!), Mafalda estaria, neste mundo de cinquenta anos depois, tão aturdida quanto ácida. Quino se diz surpreso ao ver que suas tiras desenhadas há tanto tempo estão vivas até hoje. Se abrirmos um livro de Mafalda, também podemos nos surpreender com a incômoda constatação de que, se mudam os tempos, as “mesmas” lutas continuam…

terça-feira, 15 de abril de 2014

O “marxismo” citado no Mein Kampf de Adolf Hitler

Hitler acompanha desfile da SA com um cartaz: "Morte ao Marxismo".


Resolvi reunir aqui uma lista enorme de citações de Hitler sobre o marxismo, comunismo, bolchevismo e URSS. É um exercício acadêmico, como fonte de referências futuras. Este texto servirá de apêndice de um outro texto que estou escrevendo. É uma compilação de afirmações ipsis literis de Adolf Hitler a cerca do tema.
Procurei citar os parágrafos e frases importantes para a compreensão da relação (ou falta dela) de Hitler com o marxismo, e, como o autor mesmo fazia, não vai ser difícil observar o evidente antissemitismo associado com o tema. Por incrível que pareça, não estão todas as citações de Hitler sobre o tema em seu livro de 500 e poucas páginas.
O conteúdo é muitas vezes chocante ou contraditório, mas sempre que possível procurei citar o contexto, daí a grande extensão deste texto. Inicialmente começarei com a palavra escrita do próprio autor, retirada de seu livro, o Mein Kampf, na tradução de Klaus Von Puschen, publicada pela editora Centauro em 2001.
Assim, aqui vai:
Página 22: “Nesse tempo, abriram-se-me os olhos para dois perigos que eu mal conhecia pelos nomes e que, de nenhum modo, se me apresentavam nitidamente na sua horrível significação para a existência do povo germânico: marxismo e judaísmo”
Página 43: “Só o conhecimento dos judeus ofereceu-me a chave para a compreensão dos propósitos íntimos e, por isso, reais da social-democracia. Quem conhece este povo vê cair-se-lhe dos olhos  o véu que impedia descobrir as concepções falsas sobre a finalidade e o sentido deste partido e, do nevoeiro do palavreado de sua propaganda, de dentes arreganhados, vê aparecer a caricatura do marxismo”
Página 51:  No pequeno círculo em que agia, esforçava-me, por todos os meios ao meu alcance, por convencê-los da perniciosidade dos erros do marxismo e pensava atingir esse objetivo, mas o contrário é o que acontecia sempre.”
Página 53:”A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da terra.
Se o judeu, com o auxílio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana e, então, o planeta vazio de homens, mais uma vez, como há milhões de anos, errará pelo éter.”
Página 63: “A democracia do ocidente é a precursora do marxismo, que sem ela seria inconcebível. Ela oferece um terreno propício, no qual consegue desenvolver-se a epidemia. Na sua expressão externa – o parlamentarismo – apareceu como um monstrengo de “lama e de fogo”, no qual, a pesar meu, o fogo parece ter-se consumido depressa demais. “
Página 116: “Pela segunda vez na minha vida, analisei profundamente essa doutrina de destruição [o marxismo] – desta vez, porém, não mais guiado pelas impressões e efeitos do meu ambiente diário, e sim dirigido pela observação dos acontecimentos gerais da vida política.  [...]
Comecei a considerar, pela primeira vez, que tentativa deveria ser feita para dominar aquela pestilência mundial. Estudei os móveis, as lutas e os sucessos da legislação especial de Bismarck. Gradualmente o meu estudo me forneceu princípios graníticos para as minhas próprias convicções – tanto que desde então nunca pensei em mudar minhas opiniões pessoais sobre o caso. Fiz também estudo profundo das ligações do marxismo com o judaísmo.
Página 116: “No meu íntimo eu estava descontente com a política externa da Alemanha, o que revelava ao meu pequeno círculo de meus conhecidos, bem como a maneira extremamente leviana, como me parecia, de tratar-se o problema mais importante que havia na Alemanha daquela época – o marxismo. Realmente, eu não podia compreender como se vacilava cegamente ante um perigo cujos efeitos – tendo-se em vista a intenção do marxismo – tinham de ser um dia terríveis.
Página 116: “Nos anos de 1913 e 1914 manifestei a opinião, em vários círculos, que, em parte, hoje estão filiados ao movimento nacional-socialista, de que o problema futuro da nação alemã devia ser o aniquilamento do marxismo”
Página 127: “O marxismo, cuja finalidade última é, e será sempre, a destruição de todas as nacionalidades não judaicas, teve de verificar, com espanto, que nos dias de julho de 1914, os trabalhadores alemães, já por eles conquistados, despertaram e cada dia com mais ardor, se apresentavam ao serviço da pátria.’
[...]
Tinha chegado agora o momento oportuno de proceder contra a traiçoeira camarilha de envenenadores do povo. Dever-se-ia ter agido sumariamente, sem considerações para com as lamentações que provavelmente se desencadeariam. Em agosto de 1914 tinham desaparecido, como por encanto, as idéias ocas de solidariedade internacional e, no lugar delas, já poucas semanas depois, choviam, sobre os capacetes das colunas em marcha, as bênçãos fraternais de bombas americanas. Teria sido dever de um governo cuidadoso exterminar sem piedade os destruidores do nacionalismo, uma vez que os operários alemães se tinham integrado de novo a Pátria.
“Que se deveria fazer? Por os dirigentes do movimento nos cárceres, processá-los e deles livrar a nação. Ter-se-ia de empregar com a máxima energia todos os meios de ação militar, a fim de destruir essa praga. Os partidos teriam de ser dissolvidos, o Reichstag teria de ser chamado à razão pela força convincente das baionetas.”
Página 160: “Foi assim que os dogmas de Gottfried Feder me incitaram a me ocupar de maneira decidida com esses assuntos que eu pouco conhecia. Comecei a aprender e compreender, só agora, o sentido e a finalidade da obra do judeu Karl Marx. Só agora compreendi bem seu livro – “O Capital’ – assim como a luta da social-democracia contra a economia nacional, luta essa que tem em mira preparar o terreno para o domínio da verdadeira alta finança internacional.”
Página 176: “Antes da guerra, a internacionalização dos negócios alemães já estava em andamento, sob o disfarce das sociedades por ações. É verdade que uma parte da indústria alemã fez uma decidida tentativa para evitar o perigo, mas, por fim, foi vencida por uma investida combinada do capitalismo ambicioso, auxiliado pelos seus aliados do movimento marxista.”
Página 181: “Não precisamos dizer nada sobre os mentirosos jornais marxistas. Para eles o mentir é tão necessário como para os gatos miar. Seu único objetivo é quebrar as forças de resistência da nação, preparando-a para a escravidão do capitalismo internacional e dos seus senhores os judeus”
Página 192: O bolchevismo da arte é a única forma cultural possível da exteriorização do marxismo.
Quando essa coisa estranha aparece, a arte dos Estados bolchevizados só pode contar com produtos doentios de loucos ou degenerados, que desde o século passado, conhecemos sob forma de dadaísmo e cubismo, como arte oficialmente reconhecida e admirada.”
Página 236: “O processo aí emprego pelo judeu é o seguinte: aproxima-se do trabalhador, finge compaixão pela sua sorte ou mesmo revolta contra seu destino de miséria e indigência, tudo isso unicamente para angariar confiança. Esforça-se por examinar cada privação real ou imaginária na vida dos operários, despertando o desejo ardente de modificar a sua situação. A aspiração à justiça social, latente em cada ariano, é por ele levada de um modo infinitamente hábil, ao ódio contra os privilégios da sorte; a essa campanha pela debelação de pragas sociais imprime um caráter de universalismo bem definido. Está fundada a doutrina marxista.
[...]
É que, sob esse disfarce de idéias puramente sociais, escondem-se intenções francamente diabólicas. Elas são externadas ao público com uma clareza demasiado petulante. A tal doutrina representa uma mistura de razão e loucura, mas tal forma que só a loucura e nunca o lado razoável consegue se converter em realidade. Pelo desprezo categórico da personalidade, por conseguinte de toda a civilização humana, que depende justamente desses fatores. Eis a verdadeira essência da teoria marxista, se é que pode se dar a esse aborto de um cérebro criminoso a denominação de “doutrina’. “
Página 237: “De acordo com as finalidades da luta judaica, que não consistem unicamente na conquista econômica do mundo, mas também na dominação política, o judeu divide a organização do combate marxista em duas partes, que parecem separadas mas, em verdade, constituem um único bloco: o movimento dos políticos e dos sindicatos.”
Página 243:  “Mesmo as eleições de representantes ao “Reichstag” anunciavam, com o seu acréscimo patente de votos marxistas, o desmoronamento  interno cada vez mais próximo e a todos manifesto. Todos os sucessos dos denominados partidos políticos não tinham mais valor, não só por não poderem fazer parar a ascensão da onda marxista, mesmo nas chamadas vitórias eleitorais burguesas, como também pelo fato de já trazerem dentro de si os fermentos da decomposição. Inconscientemente, o mundo burguês já se achava contaminado pelo veneno mortal do marxismo”.
Página 287: “E se uma parte do marxismo, por vezes, tenta, com muita prudência, aparentar indissolúvel união com os princípios democráticos, convém não esquecer, que esses senhores, nas horas críticas, não deram a menor importância a uma decisão por maioria, à maneira democrática ocidental. Isso foi quando os parlamentares burgueses viam a segurança do Reich garantida pela monumental parvoíce de uma grande maioria, enquanto o marxismo com uma multidão de vagabundos, desertores, pulhas partidários e literatos judeus, em pouco tempo, arrebatava o poder para si, aplicando, assim, ruidosa bofetada à democracia. Por isso, só ao espírito crédulo dos magros parlamentares da burguesia democrática cabe supor que, agora ou no futuro, os interessados pela universal peste "marxistíca" e seus defensores possam ser banidos com as fórmulas de exorcismo do parlamentarismo ocidental”.
Página 288: “Mas, numa época em que uma parte, aparelhada com todas as armas de uma nova doutrina [o marxismo], embora mil vezes criminosa,  se prepara para o ataque a uma ordem existente, a outra parte só pode resistir-lhe sempre se adotar fórmulas de uma nova fé política; em nosso caso, se trocar a senha de uma defesa fraca e covarde pelo grito de guerra de um ataque animoso e brutal.”
Página 291: “À nossa concepção política usual repousa geralmente sobre a ideia de que ao Estado, em si, se pode atribuir força criadora e cultural, mas que ele nada tem a ver com a questão racial; e que ele é, antes de mais nada, um produto das necessidades econômicas ou, no melhor dos casos, o resultante natural da competição política pelo poder. Essa concepção fundamental, em seu lógico e consequente desenvolvimento progressivo, leva não só ao desconhecimento das forças primordiais da raça como à desvalorização do indivíduo. Porque a negação da diferença entre as raças viria a ser o fundamento de um semelhante modo de ver a relação aos povos e depois em relação aos homens individualmente. A aceitação da identidade das raças viria a ser o fundamento de um semelhante modo de ver em relação aos povos e depois em relação aos homens individualmente. Por isso, o marxismo internacional é simplesmente  a versão aceita pelo judeu Karl Marx de idéias e conceitos já há muito existentes de fato sob a forma de aceitação de uma determinada fé política. Sem o alicerce de uma semelhante intoxicação geral já existente, jamais teria sido possível o espantoso êxito político dessa doutrina. Entre os milhões de indivíduos de um mundo que lentamente se corrompia, Karl Marx foi, de fato, um que reconheceu com o olho seguro de um profeta, a verdadeira substância tóxica e a apanhou para, como um feiticeiro, com ela aniquilar rapidamente a vida das nações livres da terra. Tudo isso, porém, a serviço de sua raça.
Página 291: “O mundo burguês é "marxistísco", mas acredita na possibilidade de domínio de determinado grupo de homens (burguesia), ao passo que o marxismo procura calculadamente entregar o mundo às mãos dos judeus”.
Página 335: ” Se o programa social do novo movimento consistisse em suprimir a personalidade e por em seu lugar a autoridade das massas, o Nacional-Socialismo já ao nascer, estaria contaminado pelo veneno do marxismo, como é o caso dos partidos burgueses.”
Página 342: “O que nossa burguesia sempre olhou com indiferença, isto é, a verdade segundo a qual ao marxismo só se ligam as classes iletradas era, na realidade, a condição sine qua non para o êxito do mesmo. Enquanto os partidos burgueses, na sua intelectualidade superficial, nada mais representavam do que um bando incapaz e indisciplinado, o marxismo, com um material humano intelectualmente inferior, formou um exército de soldados partidários que obedeciam tão cegamente aos seus dirigentes judeus como outrora aos seus oficiais alemães.”
Página 353: “A força que deu ao marxismo sua espantosa influência sobre as massas não foi a obra intelectual preparada pelos judeus, mas sim a formidável propaganda oral que inundou a nação, acabando pela dominação das camadas populares. De cem mil proletários alemães não se tiram talvez cem que conheçam a obra de Marx, que era estudada, mil vezes mais, pelos intelectuais, especialmente os judeus, do que por genuínos adeptos do movimento nas classes inferiores.
Esse livro não foi escrito para o povo, mas exclusivamente para os líderes intelectuais da máquina que os judeus montaram para a conquista do mundo. “
Página 361: Só a cor vermelha de nossos cartazes fazia com que afluíssem às nossas salas de reunião. A burguesia mostrava-se horrorizada por nós termos também recorrido à cor vermelha dos bolchevistas, suspeitando, atrás disso, alguma atitude ambígua. Os espíritos nacionalistas da Alemanha cochichavam uns aos outros a mesma suspeita, de que, no fundo, não éramos senão uma espécie de marxistas, talvez simplesmente mascarados marxistas ou melhor, socialistas. A diferença entre marxismo e socialismo até hoje não entrou nessas cabeças. Especialmente, quando se descobriu que, nas nossas assembleias  tínhamos por princípio não usar os termos ‘Senhores e Senhoras’, mas ‘Companheiros e Companheiras’, só considerando entre nós o coleguismo de partido, o fantasma marxista surgiu claramente diante de muitos adversários nossos. Quantas boas gargalhadas demos à custa desses idiotas e poltrões burgueses, nas suas tentativas de decifrarem o enigma da nossa origem, nossas intenções e nossa finalidade.
A cor vermelha de nossos  cartazes foi por nós escolhida, após reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a Esquerda, de revoltá-la e induzi-la a frequentar nossas assembleias; isso tudo nem que fosse só para nos permitir entrar em contato e falar com essa gente.”
Página 368-369: “É a essa idéia que a bandeira preta, branca e vermelha, do antigo Reich, deve a sua ressurreição como emblema dos partidos nacionais-burgueses.
É evidente que o símbolo de uma crise que podia ser vencida pelo marxismo, em circunstâncias pouco honrosas, pouco se presta a servir de emblema sob o qual esse mesmo marxismo tem que ser novamente aniquilado. Por mais santas e caras que possam ser essas antigas e belíssimas cores aos olhos de todo alemão bem intencionado, que tenha combatido na Guerra e assistido ao sacrifício de tantos compatriotas, debaixo dessas cores, não pode essa bandeira simbolizar uma luta no futuro.”
Página 384-385: “Ninguém deve esquecer que tudo que há de verdadeiramente grande neste mundo não foi jamais alcançado pelas lutas de ligas, mas representa o triunfo de um vencedor único. O êxito de coalizões já traz na sua origem o germe da corrupção futura. Na realidade só se concebem grandes revoluções suscetíveis de causar verdadeiras mutações de ordem espiritual, quando arrebentam sob a forma de combates titânicos  de elementos isolados, nunca porém, como empreendimentos de combinação de grupos.”
Cartaz nazista incentivando a queima de livros e ideias marxistas

Página 446: “Não o sindicato em si é que é “lutador de classe’, mas o marxismo é que o fez dele um instrumento para a luta de classes. Ele criou as armas econômicas dos Estados nacionais livres, independentes, para aniquilamento da sua indústria nacional e do seu comércio nacional e por consequência para a escravização de povos livres ao serviço do judaísmo financeiro universal super-estatal.”
Página 449: “Quem [...] tivesse realmente arruinado sindicatos marxistas a fim de, em lugar dessa instituição da luta de classes aniquiladora, colocar a ideia do sindicato nacional-socialista e contribuir para a sua vitória, esse pertence ao número dos verdadeiros grandes homens de nosso povo e seu busto deverá, um dia, ser dedicado à posteridade, no Walhalla de Regensburg”.
Página 450: Utilidade real para o movimento [sindical], como para nosso povo em geral [...] só pode surgir de um movimento sindical nacional-socialista, se esse já estiver tão fortemente embebido das nossas idéias nacional-socialistas que ele não corra mais perigo de seguir as pegadas marxistas. Pois um sindicato nacional-socialista, que visse como sua missão apenas a concorrência aos marxistas, seria pior que nenhum. Ele tem de declarar a sua luta ao sindicato marxista, não apenas como organização, mas antes de tudo, como idéia. Ele deve encontrar nele o pregoeiro da luta de classes e da idéia de luta de classes e deve se tornar, em lugar deles, o guardião dos interesses profissionais dos cidadãos alemães.
Página 488: “Uma aliança, cujo o objetivo não compreenda a hipótese de uma guerra, não tem sentido nem valor. Alianças só fazem para luta. Embora, no momento de ser realizado um tratado de aliança, esteja muito afastada a ideia de guerra, a probabilidade de uma complicação bélica é, não obstante, a verdadeira causa.
[...]
Assim pois, o simples fato de uma aliança com a Rússia é uma indicação da próxima guerra. O seu desenlace seria o fim da Alemanha.
[...]
Os atuais detentores do poder na Rússia, não pensam absolutamente em fazer uma aliança honesta ou de mantê-la.
É preciso não esquecer nunca que os dirigente da Rússia atual são sanguinários criminosos vulgares e que se trata, no caso, da borra da sociedade, que, favorecida pelas circunstâncias, em uma hora trágica, derrubou um grande Estado e, na fúria do massacre, estrangulou  e destruiu milhões dos mais inteligentes de seus compatriotas e agora, há dez anos, dirige o mais tirânico regime de todos os tempos. Não devemos esquecer que muitos deles pertencem a uma raça que combina uma rara mistura de crueldade bestial e grande habilidade em mentir e que se julga especialmente chamada, agora, a submeter o mundo todo à sua sangrenta opressão.”
Página 488: Não devemos esquecer que o judeu internacional, que continua a dominar na Rússia, não olha a Alemanha como um aliado, mas como um Estado destinado à mesma sorte. Não se conclui, porém, nenhum tratado com uma parte, cujo único interesse está no aniquilamento da outra.”
Página 489: “Devemos enxergar no bolchevismo russo a tentativa do judaísmo, no século XX, de apoderar-se do domínio do mundo”.
Página 489: “A luta contra a bolchevização mundial exige uma atitude clara com relação à Russia soviética. Não se pode afugentar o Diabo com Belzebu.”
Página 502: “Qualquer ideia de resistência contra a França seria rematada loucura, se não se declarasse guerra de morte aos elementos marxistas que, cinco anos antes, impediram que a Alemanha continuasse a luta nas linhas de frente.”
Página 503: “O fato de ter o nosso soldado outrora lutado com ardor é a prova mais evidente de que não estava ainda contaminado pela loucura marxista. À proporção, porém, que o soldado e o operário alemão, com o decorrer da Guerra, iam caindo nas garras do marxismo, eram elementos perdidos para a Pátria.”
Página 503: “No ano de 1923 estávamos em face de uma situação idêntica à de 1918. Qualquer que fosse a maneira de resistir que se escolhesse, a condição indispensável seria livrar primeiro, o nosso povo do marxismo corruptor.”
Página 505: “No dia em que, na Alemanha, for destruído o marxismo, romper-se-ão, na verdade, para sempre, os nossos grilhões”.
*************
Futuramente pretendo compilar mais citações de Hitler sobre o tema, focando em discursos e documentos oficiais do partido. O objetivo inicial é demonstrar o ódio visceral de Hitler ao marxismo e o incrível rocambole ideológico capaz de fazer o marxismo estar submetido ao capitalismo internacional numa conspiração judaica para dominar o mundo.
Depois destas, alguém ainda tem a desonestidade intelectual de associar marxismo e nazismo?


Leandro Dias

Fonte: Rio Revolta

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Uma mentira que durou 21 anos

Por Marcelo Castañeda, sociólogo e UniNômade, para o dossiê 50 anos do golpe
“Assumir a ditadura que cada um carrega e lutar contra ela pode ser um bom exercício para pavimentar uma sociedade democrática no Brasil.”

Agenda 2014 do Banco Itaú, que apoiou, financiou e integrou diretamente a ditadura,
ainda fala em “revolução” 50 anos depois. Diante das denúncias, o banco recolheu as agendas.

O golpe de 1964 tomou forma no dia primeiro de abril, o folclórico “dia da mentira” no Brasil. Para não ser motivo de chacota, os militares firmaram o dia 31 de março, para marcar o que chamam de “revolução” até hoje. E não são só os militares. A agenda que o Banco Itaú distribuiu entre alguns clientes no início do ano também aponta isso. Estou certo de que ainda existem muitos que estão, quem diria, comemorando em círculos privados, bem como acreditam que a ditadura é a solução para o Brasil, em especial aqueles que acreditam que o grande problema que enfrentamos é a corrupção, como se esta não proliferasse no regime militar. Fora isso, existe pelo menos um deputado federal que assume esta posição publicamente e não preciso citar o nome dele.
No entanto, 50 anos depois, muitas pessoas estão “descomemorando” a data, promovendo debates e atos que chamem a atenção da memória para essa página infeliz da nossa história. Estou entre esses, seja refletindo e escrevendo, seja compartilhando notícias ou colocando como foto no Facebook o rosto de algum desaparecido, morto ou torturado pelo regime militar. Esta reflexão se insere nesta perspectiva descomemorativa, focando em três pontos a fim de mostrar como a ditadura continua entre nós, muito além deste deputado. Estes pontos não esgotam as possibilidades, pense você em várias outras.
Antes disso, vale lembrar que, além dos 50 anos do Golpe, em 2014, faz 25 anos que aconteceu a primeira eleição do período democrático brasileiro que se inicia em 1985 com o governo Sarney (se é que isso pode ser chamado de redemocratização: ser governado por alguém que sempre defender a ditadura). De um lado, 50 anos de golpe; de outro, 25 anos de eleições diretas para todos os cargos públicos: uma incipiente democracia num país marcado por períodos autoritários. Mesmo assim, trata-se do maior período democrático da história brasileira, quase 30 anos de governos civis.
As Comissões da Verdade, que começaram a funcionar somente em 2012, bem depois de vários países latino-americanos que foram palcos de ditaduras, cumprem um papel fundamental no resgate da memória, tendo em vista o verdadeiro vazio documental que os militares deixaram, dificultando a construção de uma história de tortura e arbítrio. Até mesmo as fontes jornalísticas são raras, seja pela censura, seja pelo alinhamento dos principais meios de comunicação de massa ao regime militar. Um caso que me vem à mente quando escrevo é o do Instituto Penal Cândido Mendes, o outrora presídio da Ilha Grande, que foi implodido em 1994. Não há documentação sobre os presos políticos que passaram por esta unidade na década de 1970. Muitos outros exemplos de vazio podem ser citados.
Mas por que digo que a ditadura continua? Melhor ainda é perguntar: por que ela não sai de nós, de cada um de nós?
O primeiro ponto é demográfico e cultural. Talvez somente agora, tenhamos uma primeira geração que se formou no ambiente democrático. Me refiro aos que estão com seus 25 anos. Mesmo assim, foram formados por instituições que se moldaram no regime militar (famílias, escolas, universidades etc). Cada um de nós, por mais que lutemos contra, ainda traz um tanto da ditadura dentro de si e isso se reflete nos comportamentos, nas relações que estabelecemos com as pessoas, o que pode ser visto no machismo, no racismo, na homofobia que permeiam e caracterizam a nossa sociedade. Como ser democrático sendo machista, racista e homofóbico? Assumir a ditadura que cada um carrega e lutar contra ela pode ser um bom exercício para pavimentar uma sociedade democrática no Brasil.
Um segundo ponto é o estado de exceção que se verifica entre a população moradora de favelas no Rio de Janeiro, mas também nas periferias das grandes cidades e no meio rural e interior do Brasil, em especial quando estão em jogo grandes empreendimentos e disputas de terra. Ameaças, intimidações, desaparecimentos, assassinatos, perseguições políticas, tudo isso continua acontecendo, muitas vezes capitaneado pelo Estado que se diz “Democrático de Direito”. Cito dois exemplos recentes. Primeiro, Amarildo de Souza, o pedreiro que “desapareceu” na Rocinha em julho de 2013 quando foi convidado a entrar na sede de uma Unidade de Polícia Pacificadora. Nunca mais foi visto, foi tido como desaparecido e já é dado como morto, sua família sofre revezes até hoje. Segundo, um caso mais recente: a morte absurda de Cláudia Silva Ferreira. Quando saía para comprar um café foi baleada na Favela do Congonha, em Madureira, por policiais e colocada por eles no porta-malas do carro, tendo sido arrastada de forma criminosa “a caminho do hospital”. Essa atrocidade chamada Polícia Militar é uma das evidências de que a ditadura permanece entre nós, matando e desaparecendo com pessoas que são invisíveis para os que se mantém informados pela mídia oligopolista brasileira e que, de vez em quando, vem à tona para mostrar a dura realidade de quem é periférico.
São muitos Amarildos e muitas Cláudias na nossa incipiente democracia com traços de ditadura. Isso me leva ao terceiro e último ponto desta reflexão: como falar em democracia com uma mídia oligopolizada, controlada por algumas famílias e com concessões que remontam o regime militar? As redes sociais abrem uma perspectiva democratizante, mas ainda são pequenos fragmentos na formação da opinião pública, que foram muito importantes para conferir visibilidade ao desaparecimento de Amarildo e ao assassinato de Cláudia. Mas o que falar da invisibilidade que os meios de comunicação “de massa” (me refiro aqui aos jornais impressos mais vendidos e aos canais de televisão mais assistidos) conferem aos vários casos de desaparecimento e assassinatos cometidos pelo Estado ou acobertados por ele?
A democracia e a construção da paz só serão possíveis se conjugarmos mudanças culturais, desmilitarização da polícia e democratização da mídia. Outros pontos são importantes, tais como a participação popular e a legalização das drogas, mas estes três pontos que destaquei mostram como a ditadura ainda permanece entre nós. Por fim, três questões. Como uma mentira pode perdurar por tanto tempo e se fazer passar por verdade para muitos ainda? Como pode haver gente que defenda a ditadura? Como pode haver gente que, em nome da democracia, ainda reproduz a ditadura? A sociedade que construímos e participamos pode oferecer as melhores respostas.


Fonte: UniNômade