quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Despesa militar global vai aumentar pela primeira vez desde 2009

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Esquerda - Em 2012, os Estados Unidos gastaram mais do que os dez países que se seguem na lista dos maiores orçamentos militares do mundo. E no ano passado a NATO foi responsável por 6 em cada 10 euros gastos em despesa militar.



Os números foram revelados pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI), uma das instituições mais prestigiadas no que toca à análise dos números do comércio de armas no mundo. De acordo com o site de notícias do Pentágono, os dados relativos a 2013 indicam uma despesa militar dos países da NATO de 744 mil milhões de euros, sendo que em 2012 foram gastos 1.27 biliões nos orçamentos de Defesa em todo o mundo.

Mas os cortes nos gastos militares em tempo de crise não vieram para ficar, já que o mesmo instituto prevê que este ano os orçamentos de defesa voltem a subir, o que não acontecia desde 2009. Segundo o portal "Rússia Hoje", o maior contributo para essa subida virá de Moscovo, que tem em marcha um programa de rearmamento e modernização das Forças Armadas, o maior desde a queda da União Soviética. O orçamento russo para a defesa vai disparar 13% em 2014 e serão investidos mais de 500 mil milhões de euros no setor até 2020. A par disso, as exportações de armamento russo continuam em alta, tendo como principais clientes a Índia, China, Vietname, Venezuela, Argélia e Malásia.

Se a Índia continua a ser o maior cliente de armamento da Rússia, ao fim de 40 anos Moscovo perdeu o lugar de principal fornecedor para os EUA. Em 2013, o governo indiano adquiriu 1385 milhões de euros em equipamento militar norte-americano, ultrapassando a Arábia Saudita como primeiro cliente. A informação é da consultora IHS, citada pelo portal indiano Business Standard. Também a China contraria a tendência de queda no investimento militar, prevendo-se que em 2015 gaste mais do que a soma da despesa militar alemã, francesa e britânica. Mas se russos e chineses lideram os investimentos militares a longo prazo, é no Médio Oriente que a despesa cresce mais rapidamente, diz o portal russo com base nos dados do SIPRI.

EUA gastam mais que o resto do "top 10" da despesa militar

Os dados do SIPRI relativos a 2012 indicam que os Estados Unidos sozinhos gastaram mais em Defesa do que a soma dos orçamentos militares da China, Rússia, Reino Unido, Japão, França, Arábia Saudita, Índia, Alemanha, Itália e Brasil - os países que se seguem aos EUA no ranking da despesa militar mundial. E no ano passado, a situação não foi diferente. Apesar dos cortes na despesa militar na maior parte dos países da NATO, a aliança liderada por Washington foi responsável por 60% da despesa militar global. E 70% da despesa militar dos 28 países da NATO tem origem nos EUA, que em 2013 lhe dedicaram 4.1% do PIB, cerca de 535 mil milhões de euros.


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Se o objetivo assumido pelos países da NATO era o de atribuir 2% do PIB para as suas forças armadas, houve alguns membros - como a Grécia, Reino Unido e Estônia - que também ultrapassaram esse valor de referência. Mesmo assim, os EUA gastaram em 2013 mais de dois terços das despesas totais da NATO, valor que inclui despesas com investigação ou pensões. Mas os cortes nas despesas militares em muitos países membros por causa da recessão econômica e a retirada das tropas da NATO do Afeganistão irão contribuir para a queda da despesa, contrabalançada pelo aumento da despesa militar em países como a Rússia e a China.

Em cada 10 euros de despesa militar no planeta, 6 foram gastos pelos países da NATO, um investimento que também se reflete no número de tropas. Com 3,37 milhões de militares ao seu serviço, a organização militar suplanta de longe a China (2,3 milhões) e a Rússia (766 mil). Para o diretor do departamento de análise de despesas militares do SIPRI, o desequilíbrio de forças só fica completo se juntarmos à NATO os países aliados dos EUA que estão na lista de maiores gastadores, como a Arábia Saudita ou Israel. "No que respeita à capacidade militar, os EUA e a NATO irão permanecer sem rival num futuro próximo", diz Samuel Perlo-Freeman.

Fonte: Diário Liberdade

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