terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sair ou não sair do governo Cabral - Nota da Articulação de Esquerda


Muito se tem especulado sobre a saída do PT do governo Cabral. Na imprensa, durante a última semana, foi publicado que o grupo CNB (Construindo um Novo Brasil) não quer sair, sendo esta a posição da sua principal chapa nas eleições internas do PT, marcadas para novembro. Também foi publicado que a Articulação de Esquerda é a tendência mais incisiva na defesa da saída.
 
O fato é que há muito o governo Cabral demonstra na prática as diferenças programáticas e ideológicas com as posições históricas do PT. Descaso com os serviços públicos em geral, que o Rio de Janeiro paga os piores salários do país para professores, bombeiros, extensionistas rurais; mercantilização da educação e péssimos desempenhos nas avaliações do MEC, desdém com os interesses do povo e favorecimento dos grandes empresários como a privatização do Maracanã e concentração dos investimentos na Zona Sul e Barra; postura autoritária e arrogante com os movimentos reivindicatórios, prendendo senhora que manifestava contra o Obama, truculência com os bombeiros e repressão violenta contras as manifestações de junho e julho. Importante observar que apesar do fluxo de verbas oriundos do governo federal, a gestão estadual só conseguiu avançar na segurança pública com as UPPs e mesmo assim precisando de muitas correções.
 
Mesmo que as lideranças da CNB e Mensagem queiram ignorar esses fatos, não é possível aceitar o argumento de que sair agora do governo Cabral seria oportunismo. Oportunismo é ficar em um governo em que não se tem identidade. Oportunismo é ficar com cargos até o final do ano e dizendo que terá candidato próprio ao Palácio Guanabara contra a candidatura da continuidade. Quem está sendo oportunista?
 
Também é importante dizer que para Cabral é interessante a permanência do PT, alem de não enfraquecer ainda mais seu combalido governo, ganha tempo para chantagear petistas e seus aliados e causar dúvidas sobre a possível candidatura Lindbergh Farias ao governo do estado. Quem acha que a palavra chantagem é forte é bom lembrarmos que, para aprovar as OSs na saúde, ele exonerou Carlos Minc e Rodrigo Neves para votarem o projeto na Alerj e enquadrar o partido com ameaça dos cargos.
 
Para aqueles que não consideram as diferenças programáticas e ideológicas relevantes, e estes tem crescido no PT (contra isso só votando em Renam Brandão para presidente estadual e na chapa Um Novo Tempo), ao menos deviam dizer ao governador: "Achamos que não é correta a nossa permanência no governo, já que vamos apresentar uma proposta alternativa para o desenvolvimento do nosso estado." 
 
Importante repetir, OPORTUNISMO É CONTINUAR NO GOVERNO CABRAL.
 
O PED no PT-RJ tem 21 chapas inscritas apoiando 4 candidatos a presidente. Até agora apenas o candidato Renam Brandão, da chapa Um Novo Tempo, se posicionou abertamente pela saída do governo Cabral. Os outros candidatos ainda não disseram claramente o que defendem.
 


Direção Estadual da Articulação de Esquerda

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