sexta-feira, 16 de março de 2012

"Amanhã vai ser outro dia..."

A covardia impede de mostra a cara


Apesar De Você

Chico Buarque

Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
De "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
Antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai se dar mal, etc e tal
La, laiá, la laiá, la laiá

Hoje é o outro dia


Apesar De Você

Chico Buarque


terça-feira, 13 de março de 2012

Chiapas, México: pela liberdade do Professor Alberto Patishtán

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Diário Liberdade - San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, México. 12 de março de 2012. As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas assinantes, nos unimos à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata.

As organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, se uniram à digna luta que mantém o Professor Alberto Patishtán Gómez e exigimos sua liberdade imediata. Preso desde 19 de junho de 2000, acusado de ter sido coautor de uma emboscada que terminou com a morte de sete dos nove policiais que faziam uma patrulha no município de El Bosque, no estado de Chiapas - México.
Entretanto, segundo o pronunciamento das organizações em solidariedade ao professor, “no contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal”.


A história de Patishtán antes de ser preso
No momento da sua detenção, Patishtán era professore bilíngue federal, afiliado ao Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação (SNTE) Seção 7. Desempenhou seus serviços como educador durante 5 aos, foi diretor do Albergue Escolar “Nicolás Bravo” na comunidade de “El Azufre”, município de Huitiupán, e também foi diretor de outro Albergue Escolar na cabeceira do mesmo município, da zona escolar 204, região de Bochil. Estudou Ciências Sociais, já como professor, na Universidade Valle Del Grijalva até o 6º semestre.


A situação vivida pelos moradores de El Bosque desde o levantamento zapatista em 1994
O município de El bosque se encontra numa zona do estado intitulada de “Los Altos de Chiapas”, faz fronteiras com municípios como Bochil, Simojovel, Larráinzar, Chalchihuitñan. Nos anos 80, aconteceram diversas ocupações (ou recuperações, como dizem) de fazendas que em diversos casos foram legalizados como ejidos a favor dos indígenas, camponeses pobres e trabalhadores das próprias fazendas e de lugares próximos. Também foi zona e lugar de violências e sangue, como a ocupação de terras e repressões orquestrada pelos governadores Absalón Castellanos 83-88 e Patrocinio González Garrido.
Depois do levantamento zapatista em janeiro de 1994, houve eleições para governador, no entanto, houve fraude e o candidato Priista (do Partido Revolucionário Institucional) levou o pleito, mas o verdadeiro ganhador tinha sido o don Amado Avendaño. No ano seguinte houve novas eleições para prefeito, e novamente houve fraude no processo eleitoral. Como resposta a este cenário, o EZLN (Exército Zapatista de Liberação Nacional) lançou-se num processo de criação de Municípios Autônomos em rebeldia. Deste modo, em dezembro de 1995, no final do mandato municipal, o prefeito de El Bosque entregou a prefeitura aquele que foi elegido pela maioria da população segundo seus usos e costumes.
No entanto, o candidato “oficial” que foi eleito, tentou tomar posse da prefeitura, tentativa sem êxito, pois houve protestos em frente ao palácio municipal. A partir deste momento, há duas autoridades paralelas, uma oficial e outra segundo os usos e costumes da maioria esmagadora da população. No ano seguinte, 1996, houve um acordo de não agressão entre ambas as partes, as diferenças foram resolvidas com encontros e acordos.
Em 1997, começou um movimento por parte do governo federal para “desarticular” a influência do EZLN nas comunidades chiapanecas, as inversões do Governo Federal se deram de diversos modos, tanto através do seu próprio exército (como foi o caso do município de El Bosque, como também utilizou da força dos paramilitares da região (pessoas civis que são pagas pelo governo para assassinar, coagir, intimidar as populações em luta), o caso mais famoso foi o de Acteal – município de Chinalhó – no qual os paramilitares mataram 45 pessoas dentro de uma igreja (entre os mortos havia mulheres, crianças, recém-nascidos, idosos e homens).
No caso do município de El Bosque, no dia 6 de fevereiro de 1997, 50 homens do exército mexicano tomaram à força a prefeitura municipal, este foi o primeiro ataque ao município. Nesta mesma operação, outros municípios autônomos da mesma região foram desmantelados e militarizados, como foi o caso dos seguintes municípios: Ricardo Flores Magón, Tierra y Libertad, San Juan de la Libertad e o constitucional Nicolás Ruiz.
No dia 10 de junho de 1998, às 6:30 da manhã, chegaram a Chavajeval (município de El Bosque/San Juan de la Libertad) cerca de três mil e quinhentos homens de distintas corporações policiais e do exército mexicano, tomaram o povoado e prenderam homens e mulheres, bateram, roubaram, devastaram e perseguiram aqueles que tentaram fugir, a perseguição inclusive aconteceu com um helicóptero, o tiroteio terminou às 15 horas. Ao final, não sobrou nenhuma evidência, segundo relatos, “eles levaram tudo, até os mortos”. Tudo foi limpado, levaram os cascos das balas e até limparam os sinais dos disparos. Dizem que houve sete mortos zapatistas, dois policiais e um priista.


A prisão do professor Alberto Patishtán
Em junho de 2000, a tensão da polícia estava na ideia de que os grupos civis armados (paramilitares) queriam tomar a prefeitura do município de El Bosque e/ou o município de Simojovel, sendo que a polícia comunicou aos prefeitos e realizavam constantemente patrulhas nesta zona. No dia 12 de junho, pessoas armadas fizeram uma emboscada na estrada perto de Las Limas, uma patrulha que levava 9 pessoas, sendo que sete perderam a vida e duas ficaram feridas, um elemento da PSP e o filho do prefeito de El Bosque que conduzia o veículo.
Segundo a Procuradoria Geral da justiça, um policial antes de desmaiar disse ter visto um homem vestido de civil e encapuzado. O filho do prefeito perdeu o sentido pelos disparos, mas no hospital ele assinou (ou falsificaram a sua assinatura) um papel acusando o Professor Patishtán e a Salvador Gonzalez.
No entanto, nos fatos que ocorreram dia 12 de junho, o professor Alberto estava participando de uma reunião oficial conduzida pelo surpevisor da zona 204 (do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação - SNTE), o oficio da reunião e as listas de presença, assim como o testemunho dos seus companheiros professores na reunião, demonstram a falsidade da acusação e a injustiça da sua prisão.
No dia 19 de junho de 2000, sete dias depois da emboscada, quando ia para seu trabalhão, quatro homens vestido de civil desceram de uma caminhonete e o levaram sem dizer nada ou mostrar a ordem de prisão.
Depois de 11 anos, o professor segue sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhando pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade. Foi apresentado no pronunciamento de ontem documentos que revelam que o Sr. Noé Castañón León realmente requisitou a transferência do professor a outro presídio enquanto ele estava em greve de fome.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinserção Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos, exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.
A maioria das informações contidas neste artigo foi tirada do blog do Professor (albertopatishtan.blogspot.com) que foi lançado ontem – dia 12 de março de 2012 - em San Cristóbal de las Casas pelas organizações de direitos humanos e coletivos (nacionais e internacionais) que apoiam a luta do professor Alberto Patishtán e exigem a sua liberação imediata.
Você também pode conferir o comunicado do Coletivo IK denunciando as mazelas nas quais vive o professor, assim como as torturas sofrida por ele (http://es.scribd.com/doc/85087211/Palabra-Colectivo-Ik-Confer-en-confe-Prensa-sobre-caso-Alberto-Patishtan)



Transcrição do pronunciamento e abaixo-assinado
O caso do Professor Alberto Patishtán é um exemplo claro do grave problema da administração da justiça mexicana. O professor está preso desde o dia 19 de junho de 2000, sentenciado a 60 anos de prisão como coautor da emboscada e assassinato de policiais no município de El Bosque, em Chiapas - México. No contexto da sua prisão, Patishtán participava ativamente na vida política do seu município, denunciando a corrupção da câmara municipal, solicitando a destituição do prefeito e a criação de um Conselho Municipal.
Como parte da sua luta, a partir do interior da prisão, trabalhou pelo respeito aos direitos humanos no sistema penitenciário de Chiapas. Como castigo à luta pela liberdade, e por defender os direitos humanos, Patishtán foi transferido no dia 20 de outubro de 2011, enquanto se encontrava em greve de fome com os “Solidários da Voz de Amate”, ao Centro Federal de Readaptação Social em Sinaloa – México -, aonde se encontra atualmente.
O governo do estado de Chiapas sempre negou que tenha solicitado essa transferência, no entanto, no expediente de amparo, oficio no qual o Secretário Geral do Governo de Chiapas, Noé Castañón León, solicitou a transferência “ao complexo penitenciário ‘Isla Marías’ ou a outro centro penitenciário fora do estado de Chiapas”, demonstrando claramente a intenção de afastá-lo da digna luta pela sua liberdade.
No dia 29 de fevereiro de 2012, o juiz Quinto do Distrito de Vigésimo Circuito na cidade de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, resolveu ordenar o regresso do professor Alberto Patishtán ao Centro Estatal de Reinsersão Social dos Sentenciados nº5, com sede em San Cristóbal de Las Casas, Chiapas, no qual se encontrava anteriormente, em restituição de seus direitos humanos violados.
Pela sua ação política antes da sua detenção e pelo seu trabalho de defesa dos direitos humanos desde o interior da prisão, o Professor Alberto Patishtán é um preso político, pelo qual as organizações nacionais e internacionais, grupos, coletivos e pessoas abaixo-assinantes exigimos ao Governo Mexicano a sua liberação imediata.


Fonte: http://diarioliberdade.org

segunda-feira, 12 de março de 2012

46 museus virtuais para você visitar de graça


46 museus virtuais para você visitar de graça



Brasil conta com mais de 3.000 museus e você já visitou pelo menos 5% deles? Pensando nisso alguns museus digitalizaram seus acervos para espelhar a cultura e informação pela internet. Confira os 46 museus virtuais que você pode visitar:




(Crédito: Tupungato / Shutterstock.com)
(Crédito: Tupungato / Shutterstock.com)
É sempre um bom passeio turístico, informa, diverte, educa
Visite os museus virtuais. Eles representam a História e se comunicam com o internauta por meio de acervos, informações e arte. Infelizmente com a correria do cotidiano ficamos impossibilitados de visitar todos os museus disponíveis.
 Digitalizar e disponibilizar itens de acervo pode ser apenas uma das etapas que um planomuseológico prevê para disseminar a informação e cultivar a memória, portanto, se você não puder visitar pessoalmente navegue por eles e divirta-se. É sempre um bom passeio turístico, informa, diverte, educa. Confira a seguir os 46 museus virtuais disponíveis na rede:
















































Fonte: Universia Brasil

domingo, 11 de março de 2012

Sobre a ditadura síria / EUA cogitam usar superbomba contra Irã

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Sobre a ditadura síria

La Jornada - [Guillermo Almeyra, tradução de Diário Liberdade] Bashar Assad, ditador, é filho do ditador Hafez Assad, que governou com mão de ferro a Síria durante 29 anos, ocupou o Líbano, matou o no Setembro Negro de 1970 na Jordânia mais palestinos que os israelenses em todas suas matanças, monopolizou o governo com seu clã e, após a morte ocidental de seu primogênito, nomeou a herança ao até então jovem e obscuro filho menor que vivia como oculista em Londres.

Hafez Assad era partidário da Grande Síria (que abarcava a Síria, o Líbano, Israel e a Palestina), declarou que os palestinos eram sírios do sul e formou Saika, seu próprio grupo de fiéis palestinos para conduzir a Organização para a Liberação da Palestina de Yasser Arafat e combater os grupos da esquerda marxista palestina (a Frente Popular para a Liberação da Palestina-FPLP, de George Habash, e a Frente Democrática para a Liberação da Palestina, de Nayef Hawathme).
Ainda que o Baas, seu partido, seja pan-arabista e socialista, Hafez Assad, como bom nacionalista e conservador, combateu em nome da burguesia comercial síria a união com o Egito de Nasser. Depois deu um golpe de Estado em 1969, que instaurou sua ditadura suprimindo as demais alas do Baas e abriu o caminho a uma hostilidade interminável com a fração baasista de Bagdá, durante a qual Hafez não vacilou em coincidir com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Apesar do apoio que recebeu da ex-União Soviética, reprimiu sangrentamente o poderoso Partido Comunista Sírio, cujo líder Khaled Bagdache terminou por apoiá-lo em nome da unidade nacional (!).
França, que depois da Primeira Guerra Mundial e até depois da Segunda Guerra Mundial ocupava a Síria, fez todo o possível para dividir quem oprimia. Por isso privilegiou os muçulmanos alauitas frente à maioria sunita que, durante séculos, havia perseguido os primeiros por considerá-los hereges.
Agora bem, a Síria é um mosaico de sunitas, xiitas, alauitas (um dos ramos heterodoxos dos xiitas), drusos, curdos, cristãos (de rito armênio, ortodoxo grego, greco melquita, maronita, católico romano, católico oriental). Todas as minorias importantes (drusos, curdos, cristãos de diferente confissão) preferem atualmente o governo do clã alauíta dos Assad, porque temem que se repita na Síria o que se sucedeu no Iraque com a invasão estadunidense, que radicalizou e sectarizou a resistência, a qual se fez em nome do Islã extremista e aos custos dos demais setores.
O governo e o aparato de repressão sírio estão firmemente controlados pelos alauítas. O regime, além disso, já reprimiu ferozmente no passado, causando milhares de mortos, os centros comerciais e islâmicos tradicionais como Homs, sem que as grandes potências então protestassem. Bashar Assad tem um aparato de repressão bem arrumado, um exército provado em duas guerras contra Israel, e armas russas muito modernas que fariam uma invasão estrangeira profundamente custosa em vidas humanas.
A Síria não é a Líbia. Está densamente povoada; as tropas israelenses ameaçam desde as alturas do Golã, a 20 quilômetros de Damasco, e obrigam ao regime contar com apoios internacionais potentes; os diferentes grupos religiosos estão embutidos uns com os outros no território; o país tem classes modernas e uma impressionante história que os une em legítimo orgulho; o governo controla um exército moderno desde décadas e um Estado sólido. Não tem tampouco as enormes divisões que tinha o Iraque baasista, com oposição armada dos curdos no norte e a rebelião dos xiitas pró-iranianos no sul.
Além disso, conta agora com o apoio da Rússia e da China, que querem evitar que todo o Oriente Médio seja reconquistado pelo Departamento de Estado e o Pentágono depois do golpe que estes e Israel sofreram com as insurreições árabes, além do apoio de Teerã, que por sua própria segurança tem que manter aliados na zona (Hezbollah no Líbano, Hamas na Palestina), os quais se debilitariam muitíssimo se caísse o regime sírio dos Assad.
Israel, por sua parte, mantém, no que respeita a Síria, um perfil muito baixo porque teme que Assad possa ser substituído por setores islâmicos extremistas salafitas, muito mais agressivos e, além disso, porque suas sucessivas derrotas nas ocupações do Líbano fazem com que Tel Aviv considere seriamente os custos de uma guerra com o regime de Damasco. Por outro lado, Israel não pode fazer duas guerras ao mesmo tempo, e agora prepara uma contra o Irã, não contra Bashar Assad que, como antes os regimes de Mubarak no Egito, de Ben Alí na Tunísia ou de Kadafi na Líbia, desempenha um papel estabilizador para o equilíbrio anterior favorável aos Estados Unidos e a Israel, que se envolveram nas revoluções populares. É falso, portanto, que a resistência ao governo dos alauitas sírios esteja sendo fomentada por Israel e as potências ocidentais, o qual não quer dizer que os serviços de inteligência de todos estes não estejam metendo continuamente sua colher nos assuntos sírios.
Está fora de discussão que a de Assad é uma ditadura execrável que deve ser eliminada. O assunto é por quem e para substituí-la pelo o quê. A chamada oposição está fragmentada e os diversos grupos que a formam se odeiam; além disso, tende a se oferecer como agente de uma ocupação estrangeira. As forças democráticas sírias, por sua vez, se opõem a Assad, mas temem uma guerra e a queda do regime, e se orientam a negociar e impor reformas. Se Israel lançasse uma aventura contra o Irã ou no Líbano, reforçarão o governo como um mal menor. De modo que, muito provavelmente, a crise atual se prolongará, e tudo dependerá da habilidade política para fazer concessões que possa ter o ditador filho do ditador fundador da dinastia Assad, bem como do que está passando nas forças armadas sírias, que são o verdadeiro partido de Bashar Assad.


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EUA cogitam usar superbomba contra Irã

Prensa Latina - Os Estados Unidos consideram a possibilidade de utilizar uma bomba de 13,6 toneladas diante de um eventual ataque militar ao Irã, a maior ogiva de seu arsenal, confirmou um alto oficial da Força Aérea.

A bomba de penetração maciça (MOP, na sua sigla em inglês), tem capacidade de perfurar através de 60 metros de concreto armado antes de detonar sua carga.
Este artefato explosivo convencional (não nuclear) é o mais poderoso já desenvolvido pelo Departamento de Defesa na última década, assegurou o tenente-general Herbert Carlisle, vice-chefe de operações da Força Aérea.
De acordo com ele, a MOP, considerada a “mãe de todas as bombas”, poderia ser utilizada em qualquer ataque contra o Irã ordenado por Washington.
O Pentágono trabalha em opções militares para o caso em que falhem a diplomacia e as sanções econômicas contra Teerã. Os EUA têm como objetivo interromper o programa nuclear iraniano, sob a acusação de que este tem fins militares, embora o governo do país persa reitere os seus fins pacíficos, informou a página de internet Global Research.
O secretário da Defesa dos EUA, Leon Panetta, declarou no jornal The National Journal na última quinta-feira (8), que a planificação das operações vem ocorrendo “há muito tempo”.
A retórica belicista das forças armadas de Washington se mantém apesar das declarações do presidente Barack Obama, que se pronunciou durante a semana em favor de esgotar todos os recursos de pressão diplomáticos, econômicos e políticos antes de empreender um ataque contra a nação persa.
Obama e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se reuniram na última segunda-feira (5) na Casa Branca em uma tentativa de rearticular um debate sobre o tema nuclear iraniano, pois Israel é partidário de lançar um ataque preventivo contra a nação persa para evitar que siga adiante com seus planos.
Carlisle também assegurou que um conflito com o Irã ou a Síria poderia revelar um novo pensamento tático nas operações militares, conhecido como batalha-armar, onde se combinariam vários dos serviços armados estadunidenses.
O oficial sublinhou que as táticas apontam no sentido de operar em vários domínios, tanto no ar, como no mar, no espaço e no ciberespaço, mediante a criação de redes de informação integradas através de satélites, sensores em aviões caças e aeronaves não tripuladas.
Tais procedimentos operativos respondem à circunstância de que a Síria e o Irã possuem capacidades defensivas importantes para manter à distância seus potencias agressores, algo que Washington pretende evitar, considerou Carlisle.
No caso do ciberespaço, pode ser um fator de conflito entre ambos os países, alertou.


Fonte: www.diariodaliberdade.org