quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Greve NBA (A Consciência de Classe no Basquete Norte-Americano)


Por mais incrível que pareça, vem de dentro dos EUA uma grande lição de consciência de classe. Os jogadores da NBA (National Basketball Association) estão desde junho, data em que tinha que assinar o Contrato COLETIVO de Trabalho para a temporada 2011/2012, em uma greve. Esse contrato é firmado por ano onde fica registrado o piso e o teto dos salários dos jogadores e o principal a porcentagem da Receita da venda de todos os produtos da Liga; das cotas de TV, passando pelos ingressos e indo até os produtos licenciados. Hoje a porcentagem maior dessa Receita é a dos jogadores (57%), nada mais justo para os artistas e trabalhadores do espetáculo esportivo que é o basquete da NBA. Esse ano os donos de equipes (ah, o patrão, sempre o patrão) querem reduzir a influência e os lucros dos jogadores e aumentar os seus, só que esbarrou num obstáculo, o Sindicato dos Jogadores que disse que somente aceita a redução para até 54%, mas os patrões querem ter a maioria de novo na receita e tentam baixar para 48% a cota dos jogadores.

Assim sendo, o Lockout (os americanos não gostam da palavra GREVE, isso lembra comunistas) já dura quase 5 meses e não tem data para seu fim sem um acordo, já que o Sindicato dos Jogadores não abre mão dos direitos adquirido durante muitos anos de negociação.
Enquanto isso, alguns jogadores vão fazendo jogos beneficentes pelas periferias do país, alguns estrangeiros voltaram para jogar em clubes de seus países (caso do Leandrinho no Flamengo) ou simplesmente outros foram jogar em outros centro de fortes ligas, como a Europa e China.

A conclusão que eu tenho é que Marx nunca esteve tão vivo nos Estados Unidos, quem poderia imaginar que jogadores milionários de uma mais rentáveis marca esportivas iam ter CONSCIÊNCIA DE CLASSE e não iriam ceder as pressões patronais e que só voltam a jogar sob um contrato que lhes favoreçam a maior fatia da receita esportiva. E quem poderia imaginar ainda os jogadores/trabalhadores iriam ter a maior parte no MEIO DE PRODUÇÃO.

É, as lições vem de onde menos se esperam. Assim como as mudanças.

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